A pandemia mundial da COVID-19 antecipou tendências voltadas aos aspectos de morar das pessoas. Com isso, cada vez mais precisamos nos manter saudáveis e proteger os demais em nossas residências.
Com a necessidade do isolamento social para evitar a propagação da doença, a nossa casa acabou assumindo diversas funções, sendo um espaço para trabalhar, relaxar, se divertir e realizar exercícios físicos. Desta forma, as pessoas tiveram que tornar esses espaços como um lugar de bem-estar e cuidados, para proporcionarem mais qualidade de vida.
Segundo o estudo “National Human Activity Pattern Survey”, realizado pela Berkeley Lab Energy, instituição americana que pesquisa e desenvolve tecnologias de energia e redução de impactos ambientais, passamos, em média, 90% do tempo de nossas vidas em ambientes construídos. Enquanto a análise científica e a conscientização da saúde mental humana aumentam, arquitetos, engenheiros e designers passam a olhar a importância de colocar as pessoas no centro do processo de cada projeto.
Esta tendência crescente fez surgir o WELL Building Certification – considerado o primeiro certificado do mundo focado exclusivamente na saúde e no bem-estar humano. Oferecida pelo International Well Building Institute (IWBI), a certificação foi lançada em 2015, após sete anos de análise. Seu desenvolvimento passou por pontos importantes, como evidências científicas de estudos promovidos por entidades médicas, científicas e da área de engenharia. Elas confirmam que o ambiente com características adequadas e saudáveis contribuiu de forma plena para o bem-estar, conforto, aumento de produtividade, melhora da satisfação e até a felicidade dos ocupantes. Além disso, influenciam diretamente nos efeitos psicológicos, frequentemente causados por ambientes cujas rotinas possuem alto nível de estresse, como é o caso das edificações hospitalares.
A Certificação WELL está baseada em dez categorias relacionadas à saúde humana no ambiente construído: ar, água, nutrição, luz, movimento, conforto térmico, som, materiais, mente e comunidade. Um espaço com este certificado, portanto, pode melhorar a alimentação, humor, padrões de sono e desempenho dos seus ocupantes. Confira:
- O WELL estabelece critérios para garantir que a água sempre estará livre de contaminantes e com qualidade. Os edifícios WELL têm bebedouros instalados com até 30 metros das pessoas.
- Um edifício WELL possui cafeteria, refeitório, ou até mesmo uma máquina tipo “vending machine”, com opções saudáveis em destaque.
- A luz do sol – que regula o relógio biológico, também chamado de “ciclo circadiano” – é abundante em edifícios WELL. Eles também são projetados para garantir que a iluminação artificial seja a certa para cada espaço e atividade. Isso é fundamental para trabalhar, estudar, ler e assistir TV de forma confortável.
- O projeto de um edifício WELL considera cuidadosamente o estímulo ao movimento e atividades físicas no seu design. Todos os equipamentos do espaço são ergonômicos.
O sistema de ar condicionado deve ser capaz de regular a temperatura no ambiente, mas o ocupante tem que estar no controle. Cada pessoa tem um gosto, e propiciar conforto é ser capaz de atender às demandas individualmente.
Para um empreendimento entrar no processo de certificação, é necessário cumprir cinco etapas: registro, documentação, verificação de desempenho, certificação e recertificação.
Além de atender à demanda por qualidade de vida, saúde e produtividade dos usuários, aliada à sustentabilidade ambiental dentro dos espaços construídos, ela é uma ferramenta complementar à Certificação Internacional LEED. Esta integração entre o IWBI e o USGBC (United States Green Building Council), com as ferramentas certificadoras WELL e LEED, proporcionam um desenvolvimento mais assertivo e garantem resultados positivos.
