A acessibilidade refere-se à capacidade de permitir que pessoas com limitações permanentes ou temporárias exerçam sua autonomia. Na indústria da construção, a acessibilidade desempenha um papel crucial no direito de ir e vir das pessoas.
O Decreto 5.296/04, que atualizou a Lei da Acessibilidade, estabelece os critérios para promover a acessibilidade de pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida. Esses critérios estão baseados nos princípios do desenho universal.
Como tornar a acessibilidade viável na indústria da construção?
De acordo com o último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) realizado em 2010, cerca de 45,6 milhões de pessoas no Brasil declararam ter alguma deficiência (física, visual, auditiva ou mental), representando quase um quarto da população na época.
Para melhorar o dia a dia dessas pessoas, existem diversas adaptações que proporcionam conforto, segurança e autonomia, independentemente do tipo de limitação. Por exemplo, barras de apoio são equipamentos versáteis que beneficiam pessoas com deficiência, idosos e outros indivíduos.
Aqui estão os elementos que tornam uma obra mais acessível:
Rampas de acesso: Devem ser projetadas considerando a altura do desnível e o comprimento horizontal. Para garantir a autonomia de cadeirantes, a inclinação não deve ser superior a 8%. Em inclinações entre 6,25% e 8,33%, recomenda-se a criação de patamares de descanso a cada 50 metros. Caso não haja espaço suficiente, pode-se utilizar plataformas elevatórias ou elevadores residenciais para permitir a circulação vertical.
Passagens e vãos: As áreas de circulação devem ter largura mínima de 90 centímetros. Os dormitórios devem ter pelo menos 1,50 metro de diâmetro livre para permitir o giro completo de cadeiras de rodas. Esse movimento é importante para que a pessoa possa manobrar e deitar-se sem ajuda.
Portas e aberturas: O espaço entre os batentes das portas deve ser mais largo, com pelo menos 90 centímetros. Modelos de portas de correr devem possuir trilhos apenas na parte superior. Quanto mais fácil for o percurso para cadeirantes, usuários de andador ou bengala, melhor.
Escadarias: A inclinação transversal não deve exceder 1% em escadas internas e 2% em escadas externas. A largura das escadarias deve ser proporcional ao fluxo de pessoas, sendo que o mínimo aceitável em áreas de uso comum é de 1,20 metro. Corrimãos e guarda-corpos devem ser fixados na parede.
Pisos antiderrapantes: Os revestimentos utilizados em toda a construção, especialmente em áreas molhadas, devem ser antiderrapantes para evitar escorregões e acidentes domésticos.
Barras de apoio
Instaladas nas paredes dos banheiros, especialmente no box, dão firmeza para os movimentos e permitem ficar sozinho em um ambiente íntimo. As barras devem ser inteiramente de aço inox, material resistente à corrosão, e ter empunhadura ergonômica, para não prender o braço do usuário entre ela e a parede.
Luzes com sensor de movimento
Instaladas dentro e fora de casa, elas acendem quando o sensor detecta o movimento, tornando o ir e vir noturno muito mais seguro. Durante o dia, em qualquer construção o ideal é tirar o maior proveito possível da iluminação natural.
Mecanismos de acionamento
Tomadas e interruptores; interfone; quadro de luz; registros, torneiras e válvulas de descargas; maçanetas e comandos de janelas, entre outros devem ter mecanismos de acionamento adaptado (como alavancas), em altura compatível com a ABNT.
Tecnologias de automação
A automação residencial permite controlar os ambientes por meio do comando de voz ou do uso de interfaces que reúnem uma série de funcionalidades, como a abertura das cortinas, regulagem da temperatura do ar-condicionado e muito mais.